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O pianista e investigador João Costa Ferreira percorre o país com o intuito de apresentar ao público (incluindo alunos e professores dos conservatórios) obras exclusivamente portuguesas.

 

Neste formato de concerto comentado, o pianista dedica-se inteiramente a recentes descobertas de obras do pianista e compositor português José Vianna da Motta (1868-1948), uma das figuras mais emblemáticas da história da música portuguesa. O compositor foi responsável pela edificação de uma escola pianística portuguesa que perdura até aos nossos dias pelas mãos de Artur Pizarro, Pedro Burmester e Maria João Pires.

 

O projeto conta já com duas edições realizadas em 2016 e 2018 em parceria com a editora musical portuguesa Ava Musical Editions. A 3ª edição surge na necessidade de facilitar a compreensão e apreciação do público e de promover, também, a reabilitação do património musical português.

 

As obras apresentadas foram compostas entre 1873 e 1883 e entre essas destacam-se marchas, valsas e outras danças. O programa evidencia o génio precoce de José Vianna da Mota (São Tomé e Príncipe, 1868) contemplando composições de infância. Estas peças são inspiradas nos universos hípico e da ópera, que refletem os gostos e práticas da sociedade lisbonense do século XIX.

 

João Costa Ferreira (nascido em Coimbra em 1986) é um pianista e investigador português detentor do “Diplôme Supérieur d’Exécution” da École Normale de Musique de Paris e doutorado em Música e Musicologia pela Sorbonne Université.

Iniciou os seus estudos de piano aos 11 anos no Conservatório de Artes do Orfeão de Leiria com o professor Luís Batalha. Desde cedo, revelou vocação para a música obtendo diversos prémios em concursos de piano nacionais e internacionais. Aos 19 anos, partiu para Paris onde veio a estudar com Marian Rybicki e Guigla Katsarava e onde foi aluno e assistente do pianista Jean Martin. [Foi também em Paris que realizou os seus estudos universitários. Enquanto bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, fez o doutoramento sob a direção da filósofa e musicóloga Danielle Cohen-Levinas. Ao longo da carreira, já se apresentou em salas de Portugal, França, Bélgica, Espanha e Holanda, nomeadamente na Fundação Calouste Gulbenkian, no Teatro Nacional de São Carlos, na Casa da Música do Porto, no Teatro Rivoli, no Palais d’Iéna (Paris), na Salle Cortot (Paris) e na Sala Gótica da Prefeitura de Bruxelas.]